Vai, que na lida da estrada
no chão cuspido do verso cruel
um sangue caído, fecunda o ordinário
amargor do lamentável fel.
Vai, com ar exaurido
trajeto perdido, sem consolo à nação,
o silencio do choro obtido
da ignorante lei da suja absolvição.
Vai, a tristeza da gente
da força impotente
ao fundo do poço.
Vai, o falido consciente
do sistema rendido
aos valores do lodo.
Vai, a disposição barata
inerente aos réis, onde foi feito o nada,
devido pois, são os frutos da árvore plantada.
Vai, o medo do povo
que só quer da cidade, o direito de andar,
Vai, a desculpa sem graça
do colarinho que passa
sem dignidade pra governar.
Um comentário:
"Vai, a tristeza da gente
da força impotente
ao fundo do poço.
Vai, o falido consciente
do sistema rendido
aos valores do lodo."
assinaria embaixo com meu verso
se o poema não fosse tão perfeito.
Faltam-me palavras para significar
vidas aviltadas...
agradeço a ti, poetiza, por tamanha clareza de percepção.
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