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quarta-feira, 11 de março de 2009

A Magia do Palhaço

arte da amiga Evelyn (Damáris Lopes)

Abre-se o peito reticente
À magia que o devora
Da manga como vertente
Brota o lenço, ou sai a rosa.
A performance acentua
Com roupagem e muita história
Tantas faces nesta rua
Fazem múltiplos na memória.
Sou mulher, então, magia
Vencidos os espelhos por fim.
Narcisista derrotado
Como renascido do lago
Nasce da alegria assim.
E, na mistura encabulada
Da mágica com a risada
Carrego deslumbrada
O palhaço que há em mim.

terça-feira, 10 de março de 2009

Decepção






(Damáris Lopes)

Rastreie meu jeito de crescer...
no café da manhã, prestes a acontecer
meu olhar há de cruzar o seu, disperso,
entre torradas e caminho inverso.

Serei ser trêmulo a desfalecer,
não mais poesia que acalenta.
Longe, ego quebrado e descrente,
pela palavra inclemente,
em amor que assusta ao peito que o sustenta.

Serei eu, no seu dia
sombra trôpega, sem harmonia,
desfeita em olheiras, decerto fadiga,
a descobrir-me largada e ferida,
pela vergonha de tê-lo ao lado.

Dura, mais que dor de morte
distorcida está minha sorte.
Choro e desespero.
Reconsidero...
Perdoar seria ignorar
que sem você, sou feliz também.
Posso me levantar da mesa,
sem o café da manhã,
deixar intacta a torta de maçã,
para não sujá-la no seu rosto.
Assim, nem café, nem torta,
nem mais desgosto...