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quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Noite Te Espera



-Damáris Lopes -


Não corre vácuo neste sangue quente
Onde habita só, a intuição do ser
Onde derrame jorra inocente
Amor profano que anseio em ti viver.


E, pela face demolidora e ativa
Vestígio explosivo vem-nos agir
Forte é o peito que aquece tua diva
Como quem pede a pele para cerzir.


Vens na destreza de tua conduta
Aos pés daquela que ousa e seduz
Como artífice tece filigrana


Deixes ardentes os corpos em luta
Sem o dormir da cama por tanta luz
Sem sono espera a noite que te clama.

sábado, 17 de abril de 2010

Amor Distante

- Damáris Lopes -

Eis a colheita feita
Destes percalços de vida
Amargor das longas dietas
Doces dos dias de festas
Cheiro único de mar
Jeito diferente de amar
Tristeza que é só da gente
Quando o longe não traz alcance...

Dê-me teu instante
E, tudo em nós semeado
Seja utópico
Meu atípico amante
Presente no fruto colhido
Ceifa seleta d’alma
Alimento do meu terno coração
Eterno na razão da minha lida.

TALVEZ

Talvez sejamos
aqueles antigos
poetas imortais
em novos
corpos e metas
procurando
os mesmos locais

- Louis Alien -


Talvez sejamos esboços
dos amanhãs
cruzando nossas linhas
no espaço tátil da poesia,
talvez...
de certeza essa coisa
de encontrar o que parece
que se perdeu!

- Ana Luiza –


Talvez sejamos
o não, o sim
o fim, o ideal,
a parte, o todo.
Talvez só sonho
a procura do local
Talvez a dúvida
do porque.
Talvez meu lugar
seja voce...

- Damáris Lopes -


Talvez sejamos
o passado de volta
a brincar com o presente
desenhando um novo futuro
um mundo que se pressente
sem ressentimento ou muro
sem ódio por toda volta
a brilhar infinito nos séculos.

JL- Semeador

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Rascunho

- Damáris Lopes -


Juntos escrevemos um poema
Sílabas cadentes e tônicas se uniram
Criaram o tema.
Pontos eram inevitáveis
E, frágeis as interrogações
Aspiravam respostas...
Estrofes idiotas
Nem tudo era lindo
Versos ungidos, sem brado de voz
Falavam de lua, de mar
De mato, contas a pagar
E de nós, pequenos hai-kais
Nas mãos, o mundo
Até o fundo submerso.

Não te esqueço jamais...
Estonteante parceria
Noites e dias de amor
Precedidos de poesia
Sem estética.

Atropelados pela gramática
Ignoramos a prática
Rendemo-nos ao hiato
Separou-se a escrita
Sem lema
Meu monólogo, um teorema
Me cansa
Desprovida da matemática,
Diminuo-me nas lembranças
E minh’alma em prece balbucia
Sem poesia, o teu nome...
Volta, seja meu pretexto,
Meu sexto sentido
Reencontro do poema perdido.