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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Arquivo


Damáris Lopes

Dito pelo não dito
fotografo tudo
o óbvio, o esquisito.
Dia versus noite versus dia.
Sol que anda,
se esconde da lua branca,
acena, some de cena
e, não descansa.

Eu não mudo, tenho raiz na Terra,
outro planeta me desintegra.
Então, em terra
enterro minhas lembranças,
marco que sou
da manha da criança,
do adolescente ingrato,
do adulto embasbacado
que oculto.

Vire minha página,
serei talvez, breve futuro,
best-seller da velhice,
consagrado premio andarilho.

Na gaveta, verbo andar desvencilho,
giro chave à fechadura.
Enfático, o presente assegura
sou elo conectivo
e por up-grade da vida
sou também um arquivo.