- Damáris Lopes -
Vem esse destino meio troncho
Meio roxo, a me destilar
Sabe ele que me escondo
Por vingança, rouba-me ar.
Desatino puro, meu egocentrismo
Porto sóbria maneira em dominá-lo
Driblo incapaz ao fatalismo
E, constrangida me ouso calar.
Louco jogo, esse da vida
Largada na partida
Garantia não é da vitória
Lutas e trocas têm troco
Estiagem na terra, lição no rosto
Preço estimado a quem com tinta
Pinta roxo sua história.
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sexta-feira, 21 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Anoiteceu
- Damáris Lopes -
Sorrateira, a tarde úmida anseia essência da noite
Vestes pardas, taciturnas, guardiãs ao breve açoite
Quando peito solitário, do luar sente a dor
Alvejado passageiro, sucumbe veloz a este amor.
Roubada doce face, busca fase penitente da lua
Não fui fruto semeado, nem ceifa da alma tua
E da messe tão distante, talhado restou meu plantio
Jardim aberto flutuante, sobrevoa agora o vazio.
Vãs foram as rosas coloridas desfiadas dos espinhos
Resignadas ao velho balde que perdia água e carinhos
No entardecer da tristeza, cruel o orvalho atesta
A lua que nasce brilha, mas não cede nem uma fresta.
Contundente é o momento que revira a natureza
E perverso tece a trama das pedras com proeza
Vencidos estão os dias ao passar da estação
Quem amei entardeceu, foi atalho da escuridão.
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