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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Sob a garoa

- Damáris Lopes -



Fininhos são fios d’água sob os céus
E molham criativos a grama do quintal
Nos resquícios contornados do solado, atolam
Água, terra, mato amassado e teu pisar banal.

Contraídos meus olhos ali se afogam
Buscando na lama, reflexo de um rosto vil
Encharcados os passos me levam ao portão
De um amor latente que sem trovão, partiu.

Caia chuva delicada e, pálida mostra
O caminho que no solo tornou-se hostil
Ora, pinga no chão o cansaço das águas
Engrossadas com lágrimas de quem já sorriu.