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domingo, 7 de março de 2010

Sozinha e sem Tempo



-Damáris Lopes -

Ouço o tic, vejo o tac
E meu pé finca no chão
No trem não vou
Longínqua, minha estação

É a pressa - que me resta
A dar conta deste dia,
Mais um tic, mais um tac
Do relógio em covardia!
Atrasa, não adianta
Há de ser falsificado
Anti-herói, anti-horário,
Não segue tempo esticado.

Não dou conta do recado
Aflijo o tic e o tac
Como não houvesse som
Do ponteiro em destaque.
- Perco o trem.

Talvez, no seguinte, eu parta
Sem o tic, sem o tac
Que me atrasam também.

Amanhã na estação,
Darei corda no relógio
E do meu pulso,
Por impulso impróprio
Dele, o curso será um não.

Então, partirei
Sem o tic, sem o tac
Com o toque do meu passo
Não "tic-tarei" o tempo
Partida de mim,
Despojada de outros bens,
certa, no trem que vem...
Trem que vem...trem que vem
Sem o tic, sem o tac,
Sem o tempo
Só eu, mais ninguém


** Imagem presente da amiga e irmã Lisete Silvio

8 comentários:

NALDOVELHO E A DANÇA DO TEMPO disse...

Oi poeta!

Você está indo bem. Continue assim.

Naldo

Amaris poesia disse...

Grata, professor...

EDUARDO POISL disse...

Realmente voce esta cada dia ou melhor, cada poema melhor.

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas."
José Saramago

Obrigado pela amável visita.
Abraços com carinho

Anônimo disse...

Visitar teu espaço, Eduardo faz bem a mim.
Um abraço
Damáris

Lisete de Silvio disse...

Mulher doçura, espanta-me ler seus versos. Como quem desvenda segredos.
Muito boas imagens. Tema que me atrai, vc sabe.

Beijos da sua fã

EDUARDO POISL disse...

Não seja por isso querida amiga.

Abraços com um lindo final de semana

Amarispoesia disse...

Grata, Eduardo, voce sempre muito gentil...

EDUARDO POISL disse...

Recomeçar é renascer para a vida
Reconstruir é reparar os danos
Siga em frente sem olhar p'ra trás
Não te censures, pois somos Humanos!
(Pequenina)

Te desejo um domingo com carinho
Abraços Eduardo