Rua abaixo, acho o alimento,
pois tudo na vida que careço,
tem forma, endereço, preço.
Sequer, escapa sentimento.
Rígido mundo! Febre pela economia.
Mesmo sem índice, aqui nada é de graça.
Olhar, saber, mera quinquilharia,
até banco para namorar na praça.
E no amor? Ah... amor, quanto ágio!
Tanto, que o fatio e dele saio fatiado.
Meu coração, coitado, em eterno estágio,
vencido boleto, anda protestado.
Ah...amor, que não recupera,
ainda me toma devedor por presságio,
reduz sempre à infinita espera,
cobra e inflaciona seu pecador pedágio.