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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pensando em Ti


(Damaris Lopes)

Fácil encontrar-me
se quiseres,estarei aqui,
como sempre estou:
pensando em ti.

Se calada estiver
e, vires,meu olhar perdi,
não errarás em achar:
estarei pensando em ti.

Dos dias sob corrida,
árduo caminho,
pisar daqui ou ali,
tão claro quanto o amar:
estarei pensando em ti.

Se meu olhar brilhar
e, dele sorriso fluir,
concreto do que senti,
creias sempre, meu amor:
estarei pensando em ti.

Se o tempo que condena,
condenar o que não vivi,
saibas, dele necessito,
tão somente, seguir

pensando em ti.

Porque me olhas assim?


(Damáris Lopes)


Tocas as cordas do violão em mim calado
Perco-me na escuta, se bolero ou fado.
Talvez aplausos, tantos quantos há de gente
Sem saber que existem, só teu olhar me sente.

Cantas a canção santa pela boca,
Contudo, mesmo que seja outra louca,
Decerto, não compreendo palavras mais.
Madrugada de sensata, pouco me faz.

Entrego-me em plena submissão,
Como seta lançada em tua mão.
Então, a noite, jogo certo será sem fim

A defender-me deste olhar que fere.
Antes, olhas mais neste olho que te inquere,
- Porque olhas e me olhas assim?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Bonsai



(Damáris Lopes)

Imensurável e mínimo teu encanto,
raiz entranhada na rala terra,
beleza essa, por si não encerra
primoroso pacto, natural da arte.
Antes, virtude plena,vala pequena
por todos os cantos.
E cedo, e sempre, e tarde,
verde artesã da paciência,
eleita maior do punho plantador.
Detalhes pequenos, tão pequenos
de quem planta grande amor.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Somos Quatro

(Damaris Lopes)
Somos quatro
Ainda que chovam fatos
A falar fitas e fotos
Nesta vida, somos quatro.
Entre brigas e afagos
Contos, cantigas, histórias
Vão-se casos e retratos
Quadros tantos nas memórias
Memórias ditas a quatro.

Bravo cântico solene
Depõe tropeços em doses
União soa perene
No canto de nossas vozes!

Reviver da infância a magia
Suave momento de claustro
Como fosse a vida, apenas profecia
De sermos sempre quatro.

Somos um número enorme
Recriação da unidade
Dá volta ao mundo, percorre
Dos nossos pais a saudade,
Nossa vida que não morre.

Somos quatro
Ainda que chovam fatos
A falar foto e fato
Nesta vida, somos quatro.

Ao despertar dos dias
Preciosas pois as manhãs
Enxertos de sol e poesia,
São vocês, queridas irmãs.

Somos quatro
Ainda que chovam fatos
Repetidos todos os atos
Nas memórias, nos retratos
Para sempre, seremos quatro.

*Para Zilda, Celeste, Dalva...com muito amor.